A desigualdade com base nas castas não é uma coisa do passado no Japão, apesar de toda a modernização e da presença de alta tecnologia. Oficializadas durante o período Edo (1600-1868), as castas foram abolidas em 1871. A casta de maior importância era a dos samurais, seguida , em ordem decrescente , pela dos agricultores , pela dos artesãos e pela dos comerciantes. Havia ainda os párias (desclassificados) - entre eles , os hinins , aqueles que eram considerados "não gente", como mendigos , coveiros , mulheres adúlteras e suicidas fracassados , e os burakumins, pessoas encarregadas de matar , limpar e preparar os animais para o consumo. A classificação social dos burakumins tinha motivos religiosos. Um desses motivos provém do xintoísmo , que relaciona morte a sujeira , e o outro provém do budismo , que considera indigna a matança de animais. Na soma das duas crenças , quem tivesse o ofício de trabalhar com couro ou carne de animais mortos deveria ser isolado e condenado a uma situação subalterna. Os descendentes dos birakumins , cerca de 3 milhões de pessoas , ainda vivem segregados e dificilmente conseguem empregos que não sejam de lixeiros, limpadores de esgotos ou de ruas. Quando revelam suas ascendência , a vida deles é sempre investigada, seja no ato de pedir emprego, seja nas tentativas de se casar. O governo japonês criou programas voltados para combater essa discriminação, entretanto, isso não se resolve por decreto, pois as questões culturais são mais fortes que os decretos governamentais. Há também , desde 1922, associações de burakumins , que procuram lutar contra a segregação, que , de maneira generalizada, está tanto no interior das pequenas volas quanto nas grandes empresas. Este texto aponta a permanência de aspectos relacionado ao sistema de castas e de estamentos na sociedade contemporânea. Existem diversas outras situações nas quais se observa alguma característica dessas formas de desigualdade no mundo atual. Como você explica a permanência desses tipos de desigualdade?