O Estado do Bem-Estar Social



O bloco dos países capitalistas , após a segunda Guerra Mundial, tentou reconstruir a economia ocidental sob novas bases. Disseminou-se então a forma de organização estatal chamada de Estado do Bem-Estar-Social ou simplesmente Estado Social. Esse modelo permitia enfrentar , por um lado, os movimentos de trabalhadores que exigiam melhores condições de vida e , por um lado, os movimentos de trabalhadores que exigiam melhores condições de vida e , por outro , as necessidades do capital, que buscava alternativas para a construção de uma nova ordem econômica mundial diante do bloco socialista. As bases teóricas do Estado do Bem-Estar Social foram apresentadas na década de 1930 pelo economista inglês John Maynard Keynes (1883-1946), em seu livro Teoria  Geral do Emprego , do Juro e da Moeda (1936). Como forma de organização estatal, a teoria começou a ser esboçada quando o governo estadunidense estabeleceu políticas para sair da profunda depressão de desencadeada pela Crise de 1929. No período posterior à Segunda Guerra Mundial , ela se consolidou nos Estados Unidos e em boa parte dos países da Europa. O Estado do bem-estar social tinha como finalidade e característica básica a intervenção estatal nas atividades econômicas , regulando-as , subsidiando-as , executando grandes investimentos e obras, redistribuindo rendimentos , visando sempre , pelo menos teoricamente , ao bem-estar da maioria da população. A ideia era romper com o centenário princípio do liberalismo, que rejeitava qualquer função intervencionista do Estado. Com base nesse conceito , os capitalistas modernos propunham moradia digna, educação básica pública, assistência à saúde , transporte coletivo , lazer , trabalho e salário, seguro-desemprego , enfim, um mínimo e bem-estar econômico e social. Isso foi feito com investimentos maciços por parte do Estado , que redimensionava suas prioridades para proporcionar trabalho e algum rendimento à maior parte da população , a fim de que ela se tornasse consumidora e, assim, possibilitasse a manutenção da produção sempre elevada. Configurou-se o que alguns chamam de "cidadania do consumidor" . Ou seja, a cidadania entendida como um mecanismo de mercado. Enquanto isso , nos países periféricos , como os da América Latina , o que se viu foi uma variedade de formas governamentais , entre as quais as ditaduras que se implantaram por meio de golpes militares . Esses golpes eram deflagrados como se fossem constitucionais , isto é , como se estivessem de acordo com a lei. Uma vez no poder , os golpistas exerciam o controle sobre os indivíduos e os grupos organizados da sociedade.