Formação das Classes Sociais e Mudanças Sociais- Mercado de Trabalho e Condições de Vida



A partir da década de 1960, outras temáticas que envolviam as desigualdades sociais foram abordadas , com ênfase na análise das classes sociais existentes no Brasil. Assim se desenvolveram trabalhos que procuravam entender como ocorreu a formação do empresariado nacional, das classes médias , do operariado industrial e do proletariado rural. Outra tendência foi explicar e compreender como as classes sociedade brasileira - operariado, classes médias urbanos e burguesia industrial- participavam do processo de mudanças econômicas , sociais e políticas. Nas décadas seguintes (1970 e 1980) , a preocupação situou-se muito mais na análise das novas formas de participação, principalmente dos novos movimentos sociais e do novo sindicalismo. Buscava-se entender como os trabalhadores deserdados no Brasil organizavam-se para fazer valer seus direitos como cidadãos , mesmo que a maioria ainda estivesse vivendo miseravelmente . As análises ainda se baseavam nas classes sociais fundamentais da sociedade brasileira. No mesmo período e entrando na década de 1990, adicionou-se um novo componente na análise das desigualdades sociais: o foco sobre as questões relacionadas ao emprego e às condições de vida dos trabalhadores e pobres da cidade. Assim, passaram a ter primazia nas análises os temas: emprego e desemprego, mercado formal e informal de trabalho, estratégias de sobrevivência das famílias de baixa renda , mensuração da pobreza e linha de pobreza . A preocupação era conhecer a deterioração das condições de vida dos trabalhadores urbanos e das populações periféricas da cidade. A questão racial continuou presente e a questão das classes sociais permaneceu no foco, constatando-se a crescente subordinação do trabalho ao capital, tanto na cidade como no campo. A questão de gênero ganhou espaço, destacando principalmente a situação desigual das mulheres em relação à dos homens.