Como Interpretar Probabilidades Genéticas



A Genética é uma ciência essencialmente estatística. Repare que todas as respostas aos problemas formulados são apresentadas em proporções em percentuais. Por outro lado, a Estatística tem toda a sua estrutura na pesquisa quantitativa , matemática, dos fatos e das coisas. Assim, os dados estatísticos são tão mais corretos quanto maior for o número de casos investigados ou avaliados. Isto quer dizer que, quanto maior for a amostragem, mais próximo da realidade será o resultado estimado. Imagine , por exemplo, que um colega seu se dispusesse a fazer um levantamento da frequência de pessoas louras e de olhos azuis na população brasileira tomando para amostragem apenas os colegas da sua própria turma. Se, por acaso , na sua turma não tivesse nenhum aluno com aquelas características, ele concluiria , então , que a frequência de 0%. E essa conclusão seria simplesmente decepcionante . Para que a sua pesquisa se aproximasse da realidade, ele teria que observar muitos milhões de brasileiros.  Quando você faz um problema de cruzamentos entre cobaias heterozigóticas de pêlo preto e liso, obtém um resultado onde cruzam cobaias pretas e lisas , pretas e crespas , brancas e lisas e brancas e crespas , numa proporção , respectivamente , de 9:3:3:1 . Isso nos diz que , em cada grupo de 16 descendentes , uma apenas deve ter a pelagem branca e crespa. É um caso de diibridismo com dominância . Mas, se acompanharmos pessoalmente , na prática , os cruzamentos mencionados, vemos que pode muito bem ocorrer o nascimento de duas ou três cobaias brancas e crespas (ou nenhuma) em 16 crias.  Na verdade , aquela frequência avaliada em 1/16 está sujeita a uma margem de erro grande quando considerada em 16 casos apenas (amostragem muito pequena). Mas ela se mostrará bem real se usarmos muitas centenas de casais de cobaias idênticos (heterozigóticas para os dois caracteres), em numerosos acasalamentos , e obtivermos 16 mil crias. Costumamos sugerir a preferência pelo uso de resultados em percentuais (25% ou 50% , por exemplo) em vez de resultados em frações ordinárias (1/4 ou 1/2). Por quê? Porque é mais fácil em 100 descendentes saírem 25 , como se pode esperar em determinado caso, do que em 4 sair 1, embora 100 descendentes ainda constituam uma amostragem muito pequena e sujeita a grande margem de erro.