Mais significativa era a ascensão da burguesia pela compra de propriedades senhoriais e títulos de nobreza. Sinal máximo de prestígio social, a terra continuava a ser o bem mais valioso dessa sociedade. Transcorridos alguns séculos , parte desses domínios e títulos de nobreza (barão, duque , conde , etc.) passaram a ser comprados por burgueses . Uma maior mobilidade social acompanhava as transformações sociais , decorrentes da intensificação das atividades mercantis e da afirmação da mentalidade burguesa , então em curso . Mas seriam necessários ainda alguns séculos para que a burguesia assumisse o controle da sociedade europeia e impusesse a sua máxima : "tempo é dinheiro". As cidades tornaram-se também centros de intensa produção intelectual. As atividades urbanas requeriam novas habilidades e conhecimentos dos homens medievais. Ler, escrever e calcular eram indispensáveis à prática do comércio . As novas estruturas políticas , as disputas entre as cidades , os poderes senhoriais e os interesses dos monarcas levaram a uma intensificação dos estudos jurídicos . As cidades ofereciam desde o ensino mais elementar até os altos estudos universitários. As línguas vulgares começavam a ser utilizadas como meio de comunicação escrita e, em pouco tempo, dariam origem aos idiomas nacionais (Francês , Inglês, Castelhano , Português , etc.). Uma alteração da sensibilidade artística começou a pronunciar-se no século XIII, com a valorização da cultura clássica (greco-romana) , do racionalismo e do espírito crítico, ameaçando o controle da Igreja. O desenvolvimento da nova cultura correspondia às necessidades da burguesia de se afirmar no interior de uma sociedade dominada pela cultura clerical. Desde cedo , ricos comerciantes , denominados mecenas , patrocinaram os artistas humanistas . Além do prestígio político que adquiriram no interior das cidades, esses comerciante contribuíram para a formação de um movimento cultural alternativo ao clerical , conhecido por Renascimento , que atingiu seu apogeu nos séculos XV e XVI.