Os Principais Movimentos Internos e a Emigração


Segundo dados do IBGE , em 2008 , 40% dos habitantes do país não eram naturais do município de residência , e cerca de 16% deles não eram procedentes da unidade da federação em que moravam. O Censo 2000 detectou que 75% dos movimentos migratórios realizados durante os cinco anos anteriores tinham como origem e destino áreas urbanas , 12,4% eram rurais-urbanos , 7,7% urbano-rurais e 4,8% originaram-se e destinaram-se a áreas rurais. Esses números mostram que predominam movimentos migratórios dentro do estado de origem. E que há um crescimento dos fluxos urbano-urbano e intra-metropolitano, ou seja , aumenta o número de pessoas que migram de uma cidade para outra no mesmo estado ou numa determinada região metropolitana em busca de melhores condições de moradia. No entanto, permanecem os movimentos migratórios interestaduais. Outro ponto revelado pelos dados sobre os movimentos migratórios atuais é o dos fluxos de retorno, principalmente para o Nordeste : entre 1995 e 2000 , 48,3% das saídas do Sudeste se dirigiram ao Nordeste. Entre 1986 e 1991 , a porcentagem foi de 42,5%. Apesar desse retorno de migrantes , os estados que apresentam maior emigração continuam sendo os nordestinos: Paraíba , Piauí, Bahia e Pernambuco. Analisando a história brasileira, percebemos que desde o tempo da colonização os movimentos migratórios estão associados a fatores econômicos. Quando terminou o ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste e se iniciou o do ouro em Minas Gerais , houve um grande deslocamento de pessoas e um intenso processo de urbanização no novo centro econômico do país.  Mais tarde , com o ciclo do café e com o processo de industrialização , o eixo São Paulo-Rio de Janeiro se tornou  o grande polo de atração de imigrantes , que saíam de sua região em busca de empregos ou melhores salários.  Somente a partir da década de 1970 , com o processo de desconcentração da atividade industrial e a criação de políticas públicas de incentivo à ocupação das regiões Norte e Centro-Oeste , a migração em direção ao Sudeste começou a apresentar significativa queda. Qualquer região do país que receba investimentos produtivos ou privados , que aumentem a oferta de empregos, receberá também pessoas dispostas a preencher os novos postos de trabalho. É o que acontece atualmente no estado de São Paulo. As cidades médias e grandes do interior , como Campinas , Ribeirão Preto, São José dos Campos , Sorocaba e São José do Rio Preto , assim como algumas menores em suas respectivas regiões - apresentam índices de crescimento econômico maiores que  os da Grande São Paulo , o que gera aumento populacional. Essa situação ocorreu graças ao desenvolvimento dos sistemas de transportes , energia e comunicações , que integraram o interior do estado não só ao país, mas ao mundo. Boa parte da produção econômica estadual é destinada ao mercado externo. Atualmente, São Paulo e Rio de Janeiro são as capitais cuja população menos cresce no Brasil. Em primeira posição , figuram algumas capitais de estados de região Norte , com destaque para Palmas (TO), Macapá (AP) e Rio Branco (AC), localizadas em áreas de expansão das atuais fronteiras agrícolas do país. Em seguida , vêm as capitais nordestinas e , finalmente , as do Sul do Brasil.